A nossa floresta
Actualmente, a floresta portuguesa ocupa cerca de
3 milhões de hectares, aproximadamente 1/3 do território nacional, e
está distribuída por 400 000 proprietários.
O sector florestal representa 3,2% do valor do
PIB nacional, emprega 160 000 trabalhadores, tem um valor
acrescentado bruto de 3% na economia nacional e exporta produtos no
valor de 2 748 milhões de euros.
Do ponto de vista ambiental a sua importância é
extrema. A floresta é um elemento fundamental na conservação da
biodiversidade, na fixação do solo, na prevenção da erosão e perda
de nutrientes, na produção de oxigénio e consumo de dióxido de
carbono, na regulação dos regimes hídricos e na
valorização da paisagem.
Os graves incêndios dos últimos anos têm
delapidado este património tão importante para Portugal. Em 2005
arderam 325 226 hectares de floresta, em 2004 arderam 129 539
hectares e em 2003 arderam 425 706 hectares. Nos últimos três anos
cerca de 30% da nossa floresta ficou reduzida a cinzas, com custos
directos médios anuais que ascendem a 375 milhões de euros, custos
ambientais inquantificáveis e custos humanos irreparáveis.
Portugal tem sido incapaz de manter esta riqueza
e geri-la sustentadamente através do tempo. Ano após ano os
problemas acentuam-se, as políticas de prevenção e combate continuam
a ter em carácter reactivo e as iniciativas legislativas são
avulsas e sem estratégia consistente.
Em véspera de época de fogos é fundamental
sensibilizar e mobilizar o país para defender este bem tão precioso,
que é todos os anos negligentemente e intencionalmente queimado.
Numa fase da humanidade em que aumenta e se
acentua a pressão sobre os recursos naturais, para além de limites
até há pouco inimagináveis e fruto do crescimento populacional e da
legítima procura de bem-estar, é vital harmonizar o seu uso com a
sua conservação.
- Nota de abertura do Boletim
Informativo nº 17 da
Associação de Municípios do Planalto Beirão
(Abril / Maio / Junho 2006)
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