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As Botas dos Desejos


 

Era uma vez duas fadas, uma mais velha e outra mais nova.

A fada mais velha perguntou à mais nova:

 

- Tu consegues fazer alguma coisa com essa varinha de pau?

 

- Consigo sim! – Respondia-lhe a fada mais nova.

 

- Então mostra-me o que sabes! – Dizia a fada mais velha.

 

Então a fadinha mais nova fez aparecer umas botas, e a fada mais velha perguntou:

 

- Mas o que é isto?

 

- São umas botas! – Respondeu a mais nova.

 

- Para quê? – Perguntou a mais velha.

 

- Não sei, vamos ver para que servem!

 

- Está bem! – Disse a fada velha.

 

Enquanto elas espreitavam, apareceu um rapaz muito magrinho. Como ele viu as botas e tinha os seus sapatos já velhos, vestiu as botas. Esse rapaz era um daqueles que só pensava em luta, mas o seu desejo era não pensar mais nisso. Então o seu desejo realizou-se!

 

Enquanto estava lá com os seus amigos um deles disse-lhe:

- Amanhã queres ir connosco lutar lá com aquele estúpido que só sabe desafiar? O pobre rapaz já não sabia o que lhe tinha acontecido para não aceitar mais.

 

De repente um daqueles lutadores pegou nele e tirou-lhe as botas e mandou-as pela janela fora, as fadas disseram:

- Foi por pouco!

 

Enquanto o polícia estava a comer na casa do delegado, como não gostava do peixe, tentou despachar-se, mas o delegado disse-lhe, que ele ainda não tinha comido nada então o polícia tentou distrair o delegado e pôs um bocado do peixe no sapato e foi-se embora!

 

Enquanto as duas fadas tentavam tirar as botas já não conseguiram, porque senão o polícia via. Mas não as viu, mas viu as botas, e como tinha posto aquele bocado de peixe no sapato, tirou os sapatos e calçou as botas. Então sentou-se no banco a escrever no seu diário, que tinha umas botas novas.

 

Depois de ter escrito aquilo, sentou-se um senhor com uma flor que por acaso também estava com um diário. O polícia e esse senhor, ao mesmo tempo, poisaram os diários no banco e os dois diários trocaram-se. O polícia foi-se embora e começou a ler o que ele tinha escrito mas o que lá estava não era o que ele tinha escrito, o polícia leu e ficou muito contente que até se atirou para as flores!

 

Depois foi ao mar e estavam lá umas gaivotas, e as fadas diziam em voz baixinha:

- Não olhe para as gaivotas, não olhe para as gaivotas!

Mas o polícia olhou, e ele no seu pensamento dizia:

- Quem me dera poder voar como as gaivotas!

E então transformou-se em gaivota!

 

O polícia estava muito contente por poder voar.

O polícia como era gaivota só gostava de peixe e então comeu aquele bocado de peixe que ele tinha posto no sapato! O polícia dizia: Ai, estou tão cansado agora, até me apetecia ficar outra vez em pessoa. Assim o polícia tornou-se outra vez em pessoa e por ter comido aquele bocado de peixe ficou com uma dor de barriga!

Então tirou as botas e foi mete-las ao pé de um soldado que por acaso estava a dormir. O polícia foi-se embora.

Quando o soldado acordou viu as bostas lá ao pé dele e ele disse:

- De quem serão estas botas?

Se calhar são do delegado, vou lá entrega-lhas, mas se calhar é melhor não o ir incomodar.

 

Então como o soldado tinha os seus sapatos estragados vestiu as botas, sentou-se num banco e disse:

- Estas botas são mesmo confortáveis.

 

Enquanto olhava para a casa do delegado, pensava, quem me dera ser como ele!

E assim foi, o soldado ficou, o delegado, mas sentiu-se muito sozinho e dizia:

- Sinto-me tão só, agora queria ser outra vez soldado.

Assim ficou outra vez soldado.

Ele dizia, mas que sonho foi este?

Eu nunca iria trocar a minha família por nada.

 

Depois disso o soldado começou a olhar para a lua e dizia:

- Quem me dera que a minha alma fosse até à lua.

Assim foi até a lua.

Quando lá chegou, já não queria sair de lá!

 

Enquanto cá na terra, o delegado, como o viu, pensou que ele estava a dormir, mas o delegado já farto de chamar foi com ele ao médico, a doutora disse que ele parecia estar mesmo morto e as duas fadas disseram:

- Temos que lhe tirar as botas.

 

E então contaram:

- Um, dois, três!

E assim tiraram-lhe as botas e o soldado de repente levantou-se e a doutora dizia:

- Mas eu não sei como é que ele está vivo!

 

O delegado dizia:

 

- Se calhar é porque a doutora é especial.

 

A fadinha muito triste dizia:

 

- Eu não presto para nada, porque faço tudo mal.

 

E a fada mais velha respondia:

 

- Por acaso prestas, porque deste uma sorte ao delegado.

Ah pois! Nós é que podíamos ir passar umas férias à lua!

 

Oh não!

Lá vamos nós!

 


História escrita pela Marta Filipa Lourenço Luís, de 11 anos,

aluna da Escola Básica 1, 2, 3   Ponte das Três Entradas

Turma: B    Ano:     Nº: 11

Data: 1 de Maio de 2005


 

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